A aeronave levava 77 pessoas a bordo, tendo por passageiros atletas, equipe técnica e diretoria do time brasileiro da Chapecoense, jornalistas e convidados, que iriam a Medellin, onde o clube disputaria a primeira partida da Final da Copa Sulamericana contra o Atlético Nacional. Apenas 6 pessoas sobreviveram.
Dos 71 mortos, 21 eram jornalistas brasileiros (incluindo o assessor de imprensa da Chapecoense), oito eram membros da diretoria (incluindo o presidente do clube e um convidado), dezesseis eram da equipe técnica (incluindo o médico da equipe), dezenove eram atletas e sete eram tripulantes; dos seis ocupantes que sobreviveram, quatro eram passageiros e dois eram tripulantes. Dos 4 passageiros, 3 são jogadores da Chapecoense e um é jornalista. Pelo total de vítimas, esta tragédia torna-se a maior da história de uma delegação de futebol no mundo, e a maior do jornalismo brasileiro.
Essa foto foi o último registro da delegação da Chapecoense antes do embarque no vôo
LMI2933, da empresa LaMia. Ao que tudo indica, o piloto, que era também dono da aeronave, foi o responsável pela trajédia. Segundo a fabricante do avião da LaMia, a empresa britânica BAE Systems, a aeronave poderia voar pouco menos de 3.000 quilômetros, até que seu combustível terminasse. O voo da Chapecoense, porém, partiu da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, localizada a cerca de 2.975 km de Medellín, o destino final da viagem. De acordo com as normas vigentes, a aeronave deveria ter combustível suficiente para pelo menos mais 30 minutos de voo e para chegar até uma opção B de aeroporto – Bogotá, no caso.
A aeronave pilotada por Manuel Quiroga ainda precisou esperar a descida de outro avião, que havia solicitado autorização para pouso. Tudo indica que, sem combustível suficiente, o avião tenha sofrido uma pane seca e caído na mata colombiana, a menos de 20 quilômetros de Medellín.
Nesta sexta-feira, surgiu uma nova suspeita, em relação ao plano de voo. De acordo com relatos de Freddy Bonilla, secretário de segurança aérea da Colômbia, ao jornal colombiano El Tiempo, a LaMia fez um percurso maior do que o previsto. A companhia teria relatado à agência colombiana que sairia de Cobija, na Bolívia, a cerca de 2065 quilômetros de Medellín, o destino da aeronave, distância suficiente para o combustível máximo do modelo. Investigações dos técnicos da Colômbia, Bolívia, Inglaterra e Brasil deverão em breve dar respostas precisas.
Um dos destaque do evento foi a mensagem enviada pelo papa Francisco, cujo texto foi lido durante a cerimônia pelo bispo de Chapecó (SC), dom Odelir Magri. Consternado pela trágica notícia do acidente na Colômbia, o Papa pede que sejam transmitidas suas condolências e sua participação na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo, pede ao céu conforto e restabelecimento para os sobreviventes e coragem e consolação para todos os atingidos pela tragédia", diz a mensagem.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, em discurso no final, ressaltou o “momento de dor”, e que não havia palavras que pudessem diminuir o sofrimento dos que perderam entes queridos no acidente. “Quero deixar aqui um abraço solidário de todo o mundo do futebol e dizer que a Fifa está do vosso lado, não só hoje mas sempre. Força Chape, somos todos brasileiros, somos todos chapecoenses”, disse Infantino. A forte chuva que caiu em Chapecó na manhã não espantou o público que aguardou desde cedo a chegada dos corpos das vítimas do acidente aéreo na Colômbia com o time da Chapecoense. Os corpos chegaram por volta das 12h25 ao estádio, depois de um cortejo que percorreu as ruas da cidade. As arquibancadas ficaram lotadas de torcedores e populares que, emocionados, se abrigam debaixo de capas e guarda-chuvas.
Em várias partes do estádio via-se faixas em agradecimento ao povo da Colômbia, país onde ocorreu o acidente e que prestou o atendimento e o resgate das vítimas. Na última quarta-feira (30), uma cerimônia muito emocionante em homenagem às vítimas foi realizada no estádio de Medellín, exatamente no horário em que seria disputada a final da Copa Sul-Americana. Alguns torcedores levaram à Arena Condá, inclusive, a bandeira colombiana. "Colombia, gracias por todo", é o que diz uma das faixas. Outra, em inglês, diz "A todo mundo, o que nos resta é agradecer".
"O carinho que eles [colombianos] tiveram com todo o povo chapecoense, com todos os brasileiros, foi muito comovente. Por mais que a gente queira demonstrar o quanto estamos gratos, não há palavras para dizer o quanto estamos hornados por tê-los como irmãos, vizinhos. Eu acho que Deus colocou uma nação muito nobre, muito educada e cheia de princípios para ensinar para todo mundo a fraternidade e a solidariedades. Esses professores são os colombianos", disse Gustavo Braun, corretor de seguros que levava uma das faixas.