quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
ESQUECIDOS PELO TEMPO . . .
Pessoas como dona Raimunda Marques Baia, 101 anos de idade, nunca foram reconhecidas pelo governo brasileiro como Soldado da Borracha, apesar de ter trabalhado nas matas da amazônia durante a Segunda Guerra Mundial na colheita do latex, extraído da árvore de seringa.
Soldado da Borracha foi o nome dado aos seringueiros que atenderam ao chamamento do governo brasileiro para irem para a Amazônia trabalhar na produção de borracha para atender a grande demanda e insuficiente produção na época da Segunda Guerra. Em plena Guerra, os japoneses cortaram o fornecimento de borracha para os Estados Unidos. Como resultado, milhares de brasileiros do Nordeste foram enviados para os seringais amazônicos, em nome da luta contra o nazismo.
Só que, na amazônia, já existiam outros milhares de nativos, principalmente na região do Pará e Amapá, que bem antes da guerra, já trabalhavam nos seringais, o que era de costume na região, e vendiam para os seus patrões, que iam buscar a produção a cada quinzena. Durante a Segunda Guerra, continuaram colhendo o latex, agora atendendo à solicitação do governo brasileiro.
Mas esse esforço dos amazônidas, como dona Raimunda, nunca foi reconhecido, principalmente na região do Pará e Amapá. Muitos nordestinos, que vieram pra cá, trazidos pelo SEMTA(Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia), conseguiram se aposentar como Soldados da Borracha, mas a maioria dos caboclos paraenses e amapaenses estão à míngua, esquecidos pelo governo brasileiro, apesar de tentarem aposentar. Eles só tem a prova testemunhal, mas não tem a prova documental, pois os patrões não davam nenhum documento que comprovassem sua atuação nos seringais. Só que o INSS não aceita. Muito triste essa situação.
Dona Raimunda mora na Fazendinha, distrito de Macapá(AP), e vai completar 102 anos no dia 10 de junho de 2010. Mas não tem um lugar decente para morar.
Assinar:
Postagens (Atom)