O trágico acidente que vitimou 71 pessoas, na madrugada de 29 de novembro, levava a equipe da Chapeacoense, no Vôo charter da LaMia, operado pela companhia com a identificação LMI2933, a serviço da
Associação Chapecoense de Futebol, proveniente de
Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, com destino a Medellin, Colômbia, caiu próximo ao local chamado "Cerro El Gordo" ("Monte O Gordo", em livre tradução. Era exatamente 01h15m, hora de Brasília.
A aeronave levava 77 pessoas a bordo, tendo por passageiros atletas,
equipe técnica e diretoria do time brasileiro da Chapecoense,
jornalistas e convidados, que iriam a Medellin,
onde o clube disputaria a primeira partida da Final da Copa Sulamericana contra o Atlético Nacional. Apenas 6 pessoas sobreviveram.
Dos 71 mortos, 21 eram jornalistas brasileiros (incluindo o assessor de
imprensa da Chapecoense), oito eram membros da diretoria (incluindo o
presidente do clube
e um convidado), dezesseis eram da equipe técnica (incluindo o médico
da equipe), dezenove eram atletas e sete eram tripulantes; dos seis
ocupantes que sobreviveram, quatro eram passageiros e dois eram
tripulantes
. Dos 4 passageiros, 3 são jogadores da Chapecoense e um é jornalista. Pelo total de vítimas, esta tragédia torna-se a maior da história de uma delegação de futebol no mundo,
e a maior do jornalismo brasileiro.
Essa foto foi o último registro da delegação da Chapecoense antes do embarque no vôo LMI2933, da empresa LaMia. Ao que tudo indica, o piloto, que era também dono da aeronave, foi o responsável pela trajédia. Segundo a fabricante do avião da
LaMia, a
empresa britânica BAE Systems, a aeronave poderia voar pouco menos de
3.000 quilômetros, até que seu combustível terminasse. O voo da
Chapecoense, porém, partiu da cidade boliviana de Santa Cruz de la
Sierra, localizada a cerca de 2.975 km de Medellín, o destino final da viagem. De
acordo com as normas vigentes, a aeronave deveria ter combustível
suficiente para pelo menos mais 30 minutos de voo e para chegar até uma
opção B de aeroporto – Bogotá, no caso.
A aeronave pilotada por Manuel Quiroga ainda precisou
esperar a descida de outro avião, que havia solicitado autorização para
pouso. Tudo indica que, sem combustível suficiente, o avião tenha
sofrido uma pane seca e caído na mata colombiana, a menos de 20
quilômetros de Medellín.
Nesta sexta-feira, surgiu uma nova suspeita, em relação ao
plano de voo. De acordo com relatos de Freddy Bonilla, secretário de
segurança aérea da Colômbia, ao jornal colombiano
El Tiempo,
a LaMia fez um percurso maior do que o previsto. A companhia teria
relatado à agência colombiana que sairia de Cobija, na Bolívia, a cerca
de 2065 quilômetros de Medellín, o destino da aeronave, distância
suficiente para o combustível máximo do modelo. Investigações dos técnicos da Colômbia, Bolívia, Inglaterra e Brasil deverão em breve dar respostas precisas.
Sob um clima de forte emoção e com grande participação popular a
cerimônia em homenagem às vítimas do acidente aéreo na Colômbia com o
time da Chapecoense foi encerrada por volta das 14 horas do dia 03/11 na
Arena Condá, em Chapecó. Falaram na cerimônia – que contou com a presença do
presidente Michel Temer e do governador de Santa Catarina, Raimundo
Colombo - o presidente em exercício da Chapecoense, Ivan Tozzo, e o
prefeito de Chapecó, Luciano Buligon.
U
m
dos destaque do evento foi a mensagem enviada pelo papa Francisco, cujo
texto foi lido durante a cerimônia pelo bispo de Chapecó (SC), dom
Odelir Magri. Consternado pela trágica notícia do acidente na Colômbia, o
Papa pede que sejam transmitidas suas condolências e sua participação
na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo, pede ao céu conforto e
restabelecimento para os sobreviventes e coragem e consolação para todos
os atingidos pela tragédia", diz a mensagem.
O presidente da Fifa,
Gianni Infantino, em discurso no final, ressaltou o “momento de dor”, e
que não havia palavras que pudessem diminuir o sofrimento dos que
perderam entes queridos no acidente. “Quero deixar aqui um abraço
solidário de todo o mundo do futebol e dizer que a Fifa está do vosso
lado, não só hoje mas sempre. Força Chape, somos todos brasileiros,
somos todos chapecoenses”, disse Infantino. A forte chuva que caiu em
Chapecó na manhã não espantou o público que aguardou desde cedo a
chegada dos corpos das vítimas do acidente aéreo na Colômbia com o time
da Chapecoense. Os corpos chegaram por volta das 12h25 ao estádio,
depois de um cortejo que percorreu as ruas da cidade. As arquibancadas
ficaram lotadas de torcedores e populares que, emocionados, se abrigam
debaixo de capas e guarda-chuvas.
Em várias partes do estádio via-se
faixas em agradecimento ao povo da Colômbia, país onde ocorreu o
acidente e que prestou o atendimento e o resgate das vítimas. Na última
quarta-feira (30), uma cerimônia muito emocionante em homenagem às
vítimas foi realizada no estádio de Medellín, exatamente no horário em
que seria disputada a final da Copa Sul-Americana. Alguns torcedores
levaram à Arena Condá, inclusive, a bandeira colombiana. "Colombia,
gracias por todo", é o que diz uma das faixas. Outra, em inglês, diz "A
todo mundo, o que nos resta é agradecer".
"O carinho que eles
[colombianos] tiveram com todo o povo chapecoense, com todos os
brasileiros, foi muito comovente. Por mais que a gente queira demonstrar
o quanto estamos gratos, não há palavras para dizer o quanto estamos
hornados por tê-los como irmãos, vizinhos. Eu acho que Deus colocou uma
nação muito nobre, muito educada e cheia de princípios para ensinar para
todo mundo a fraternidade e a solidariedades. Esses professores são os
colombianos", disse Gustavo Braun, corretor de seguros que levava uma
das faixas.
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